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01/10/2025

Nova Antologia do Conto Russo (1792-1998) - Bruno Barretto Gomide (Compilador)



Nova Antologia do Conto Russo (1792-1998)
— ecos da alma russa em duzentos anos de narrativa


Introdução

A Nova Antologia do Conto Russo (1792-1998), organizada por Bruno Barretto Gomide, é uma verdadeira viagem pela história literária da Rússia. Reunindo textos que atravessam mais de dois séculos, o livro oferece ao leitor brasileiro a oportunidade rara de conhecer tanto os grandes mestres quanto vozes menos conhecidas, compondo um painel multifacetado de uma tradição narrativa única.

Enredo

A coletânea não se limita a um único estilo ou período: nela convivem o lirismo de Gógol, a intensidade psicológica de Dostoiévski, a ironia de Tchékhov, a sofisticação modernista de Nabokov e até experimentações de autores do século XX tardio. Cada conto funciona como um recorte da alma russa, refletindo dilemas existenciais, tensões políticas, paisagens sociais e a eterna luta entre o indivíduo e seu destino. É uma constelação de narrativas que dialogam entre si, revelando continuidades e rupturas dentro da literatura russa.

Análise crítica

O mérito maior da antologia está na curadoria cuidadosa de Gomide, que não se limita a repetir o cânone já conhecido, mas amplia horizontes ao incluir autores pouco traduzidos no Brasil. A variedade estilística e temática permite ao leitor compreender a complexidade da tradição russa, sempre marcada por uma tensão entre o trágico e o cômico, o íntimo e o coletivo. Além disso, a seleção equilibra rigor acadêmico e prazer de leitura, tornando-se uma porta de entrada acessível e, ao mesmo tempo, profunda para quem deseja explorar esse universo literário.

Conclusão

Mais do que uma coletânea de contos, a Nova Antologia do Conto Russo (1792-1998) é um testemunho da vitalidade da literatura russa e de sua capacidade de atravessar fronteiras, tempos e culturas. Um livro indispensável para estudiosos, amantes da literatura e leitores curiosos que desejam mergulhar em um dos legados mais fascinantes da arte narrativa mundial.


Para quem é este livro?

— Leitores interessados em clássicos da literatura mundial
— Estudiosos e curiosos sobre a cultura russa
— Quem deseja compreender a evolução do conto enquanto gênero
— Apreciadores de narrativas curtas, intensas e profundas


Outros livros que podem interessar!

Contos Completos, de Antón Tchékhov
Almas Mortas, de Nikolai Gógol
Memórias do Subsolo, de Fiódor Dostoiévski
Contos de Petersburgo, de Nikolai Gógol
Fogo Pálido, de Vladimir Nabokov


E aí?

Seja como porta de entrada ou como aprofundamento, este livro revela que o conto russo não é apenas uma forma literária, mas uma lente poderosa para enxergar as complexidades humanas. Vale a leitura sem pressa, degustando cada narrativa como quem atravessa séculos de cultura e sensibilidade.


Dê uma pausa e leia com calma

Capa do livro Nova Antologia do Conto Russo

Nova Antologia do Conto Russo (1792-1998)

Organizada por Bruno Barretto Gomide, a Nova Antologia do Conto Russo (1792-1998) reúne autores que vão de Gógol a Nabokov, oferecendo um panorama amplo e fascinante da tradição narrativa russa em mais de duzentos anos de história literária.

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20/08/2025

Resenha e mais: O Idiota (Fiódor Dostoiévsky)



O Idiota
, de Fiódor Dostoiévski — a inocência em choque com a crueldade do mundo


Introdução

Publicado em 1869, O Idiota é um dos romances mais complexos de Fiódor Dostoiévski, considerado por muitos como sua obra mais ambiciosa em termos filosóficos e psicológicos. Aqui, o autor retrata a figura de um homem bom e puro — o príncipe Liev Míchkin — inserido em uma sociedade que valoriza o egoísmo, a ambição e o poder. A partir dessa oposição radical, o livro se transforma em uma profunda reflexão sobre a inocência, a bondade e a impossibilidade de se manter íntegro diante das forças destrutivas da realidade social.

Enredo

A narrativa acompanha o retorno do príncipe Míchkin à Rússia após um longo tratamento na Suíça, onde buscava cura para a epilepsia. Ingênuo, generoso e dotado de uma fé inabalável na bondade humana, ele logo se vê envolvido em um emaranhado de paixões, interesses e manipulações. No centro do drama estão duas figuras femininas que marcam seu destino: a trágica e fascinante Nastássia Filíppovna, e a jovem Agláia Epántchin, símbolo de inocência e promessa de uma vida nova. Ao redor deles orbitam personagens que encarnam diferentes vícios sociais — ambição, vaidade, hipocrisia e destruição — todos em contraste com a ingenuidade do príncipe.

Análise crítica

Em O Idiota, Dostoiévski se propõe a criar um herói “absolutamente bom e belo”. O príncipe Míchkin é quase uma figura cristológica, um homem que, por sua pureza, acaba sendo considerado um idiota por aqueles que não compreendem sua visão de mundo. O romance não se limita a ser apenas um drama pessoal, mas é também uma crítica contundente à sociedade russa do século XIX, marcada pela decadência moral e pela luta incessante por status e riqueza.

O contraste entre o ideal de bondade e a realidade corrupta gera uma tensão que percorre toda a obra. A intensidade psicológica de Dostoiévski se revela nas explosões emocionais, nos diálogos cheios de dilemas éticos e na construção de personagens que são, ao mesmo tempo, fascinantes e perturbadores. Trata-se de um romance que questiona os limites da bondade em um mundo hostil, levantando a dúvida: é possível ser “bom demais” em uma sociedade que não valoriza a bondade?

Conclusão

Mais do que um enredo trágico, O Idiota é uma investigação filosófica sobre a natureza humana. O destino do príncipe Míchkin revela o fracasso do ideal de pureza diante da realidade, mas também mantém acesa a chama da esperança de que a inocência e o amor ainda possam ter lugar no mundo. É um livro exigente, mas inesquecível, que convida o leitor a refletir sobre a condição humana em suas contradições mais profundas.


Para quem é este livro?

  • Leitores interessados em romances psicológicos e filosóficos
  • Apreciadores da literatura russa clássica
  • Pessoas que buscam narrativas que exploram dilemas éticos e morais
  • Quem deseja conhecer um dos personagens mais singulares da obra de Dostoiévski


Outros livros que podem interessar!

  • Crime e Castigo, de Fiódor Dostoiévski
  • Os Irmãos Karamázov, de Fiódor Dostoiévski
  • Guerra e Paz, de Lev Tolstói
  • O Vermelho e o Negro, de Stendhal


E aí?

Você já leu O Idiota? Qual foi a sua impressão sobre o príncipe Míchkin e seu embate com uma sociedade que não soube acolher sua pureza? Compartilhe suas reflexões nos comentários!


Dê uma pausa e leia com calma

Capa do livro O Idiota

O Idiota

Em O Idiota, Fiódor Dostoiévski constrói um dos retratos mais comoventes da literatura: o de um homem bom que tenta sobreviver em um mundo dominado pela vaidade e pelo egoísmo. Uma história intensa, trágica e profundamente humana, que atravessa séculos sem perder sua força.

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17/07/2025

Autores: Liev Tolstói



Quem é Liev Tolstói?


Liev Tolstói (1828–1910) foi um dos maiores nomes da literatura russa e mundial. Autor de obras-primas como Guerra e Paz e Anna Kariênina, Tolstói teve uma vida marcada por intensas transformações espirituais. Após uma juventude aristocrática e boêmia, passou por uma profunda crise existencial que o levou a buscar uma vida mais simples e voltada à espiritualidade. 

Sua escrita, cada vez mais comprometida com questões éticas, existenciais e religiosas, influenciou não apenas a literatura, mas também figuras como Gandhi e Martin Luther King. A Morte de Ivan Ílitch, publicada em 1886, é uma síntese poderosa de sua maturidade filosófica e literária.

10/07/2025

Resenha e mais: A Morte de Ivan Ílitch (Liev Tolstói)



A Morte de Ivan Ílitch: a vida que ninguém quis ver


Introdução

Publicada em 1886, A Morte de Ivan Ílitch é uma das obras mais impactantes de Liev Tolstói, escrita após sua profunda crise espiritual. O livro nos convida a encarar, de forma brutal e direta, uma pergunta desconfortável: e se estivermos vivendo de modo errado? Com uma linguagem objetiva e precisa, o autor russo constrói um retrato assombroso do vazio existencial burguês e da recusa em encarar a própria morte com autenticidade.

Enredo

A narrativa começa com a notícia da morte do juiz Ivan Ílitch, o que já dá o tom fúnebre e reflexivo da obra. O corpo é apenas um pretexto para a indiferença dos colegas, mais preocupados com as oportunidades deixadas por sua ausência do que com sua memória. A partir daí, Tolstói reconstrói a trajetória de Ivan, um homem comum, cuja vida se pauta pela convenção social, pelo decoro e pelo apego às aparências. Um dia, ao cair e bater o lado do corpo em uma cortina, Ivan desenvolve uma dor misteriosa que se agrava, até se tornar um caminho sem volta.

Confinado à cama e ignorado por todos, inclusive por sua esposa e filhos, Ivan se vê frente à única verdade inescapável: a morte. A grande virada da narrativa é o mergulho interior do personagem, que passa do pânico ao questionamento e, por fim, à aceitação — uma redenção silenciosa e solitária.

Análise crítica

Tolstói constrói uma narrativa de fôlego curto, mas de profundidade filosófica abissal. Cada parágrafo de A Morte de Ivan Ílitch funciona como um espelho desconfortável para o leitor. A crítica à hipocrisia social, ao vazio da vida funcional e ao afastamento das verdades essenciais ecoa até hoje com assustadora atualidade. Ivan viveu conforme o esperado — sem rupturas, sem paixão, sem reflexão. E é só diante da finitude que ele se dá conta de que viveu de forma falsa.

A força da obra está na economia da linguagem, na crueza da exposição emocional e na maestria com que Tolstói transforma a dor em revelação. É também uma obra que prega um retorno à simplicidade e à verdade interior como único caminho possível diante da morte.

Conclusão

A Morte de Ivan Ílitch é uma leitura inevitável para quem se interessa por literatura existencialista, crítica social e reflexão sobre a vida e a morte. Sem sentimentalismo, Tolstói nos oferece uma experiência de profunda catarse. É um livro que, embora curto, permanece conosco como uma pergunta incômoda: estamos vivendo da forma certa?


Para quem é este livro?

  • Leitores que apreciam literatura russa
  • Quem busca leituras existenciais e filosóficas
  • Interessados em narrativas curtas e intensas
  • Estudantes de literatura e filosofia
  • Quem gosta de autores como Dostoiévski, Camus e Kafka

Outros livros que podem interessar!

  • O Jogador, de Fiódor Dostoiévski
  • O Estrangeiro, de Albert Camus
  • A Metamorfose, de Franz Kafka
  • Notas do Subsolo, de Fiódor Dostoiévski
  • O Apanhador no Campo de Centeio, de J. D. Salinger

E aí?

Já leu A Morte de Ivan Ílitch? Que impressões essa leitura deixou em você? Conta nos comentários! 👇

Interessou? Saiba onde encontrar

Capa do livro A Morte de Ivan Ílitch

A Morte de Ivan Ílitch

Um clássico que explora a mortalidade e o sentido da vida. Em A Morte de Ivan Ílitch, Liev Tolstói mergulha nas reflexões finais de um homem diante da morte.

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30/05/2025

Resenha: Memórias do Subsolo (Fiódor Dostoiévski)



Resenha:
Memórias do Subsolo (Fiódor Dostoiévski)

Entre a lucidez e a loucura: uma resenha de Memórias do Subsolo


Introdução

Ler Memórias do Subsolo é como encarar um espelho distorcido da alma humana — um daqueles espelhos que nos mostram o que preferíamos manter escondido. Publicado em 1864, esse romance curto, porém denso, de Fiódor Dostoiévski é um dos marcos iniciais da literatura existencialista. Antes mesmo de autores como Jean-Paul Sartre e Albert Camus colocarem o absurdo e a angústia no centro da ficção filosófica, Dostoiévski já nos entregava um narrador que parece falar diretamente do abismo — ou melhor, do subsolo da psique humana.

Considerado por muitos o precursor do existencialismo literário, Dostoiévski constrói aqui um personagem-narrador que desafia convenções morais, intelectuais e até mesmo narrativas. E o faz com uma intensidade desconcertante.

Enredo

Dividido em duas partes, Memórias do Subsolo começa com um monólogo brutal e filosófico, onde o narrador — um funcionário público aposentado e isolado, que vive em São Petersburgo, Rússia — nos apresenta sua visão de mundo: amarga, contraditória, ressentida. Ele não tem nome, nem rosto, e talvez por isso mesmo pareça tão universal. Essa primeira parte é quase um manifesto — ou uma confissão — em que ele desmonta ideias iluministas de razão e progresso, mostrando como o ser humano pode deliberadamente agir contra seus próprios interesses.

Na segunda parte, intitulada "A propósito da neve derretida", somos levados a episódios específicos da juventude do narrador, que ilustram sua incapacidade de se relacionar com os outros e consigo mesmo. Há aqui encontros patéticos, constrangedores e dolorosamente humanos — em especial com antigos colegas e com uma jovem chamada Liza. Esses momentos não apenas ilustram a teoria apresentada antes, como também revelam um abismo emocional que vai se alargando conforme a narrativa avança.

Análise crítica

Ler Dostoiévski é sempre um exercício de imersão psicológica, mas em Memórias do Subsolo ele atinge uma profundidade singular. A prosa é densa, muitas vezes fragmentada, cheia de interjeições e digressões — como se o próprio narrador estivesse debatendo consigo mesmo (e com o leitor) a cada linha. Esse estilo, que pode parecer confuso à primeira vista, serve justamente para nos colocar dentro da mente instável e hiperconsciente do personagem.

Os temas abordados são existencialmente perturbadores: o livre-arbítrio, a racionalidade, o orgulho, o ressentimento, a dor como prazer, a autossabotagem. É impossível não se ver refletido, mesmo que minimamente, nas contradições do homem do subsolo. Ele é, afinal, uma espécie de anti-herói de todos nós — aquele que pensa demais, que sente demais, que se retorce dentro da própria consciência.

Outro ponto de destaque é a crítica feroz à sociedade e aos ideais da época. Em um momento em que o racionalismo e o positivismo ganhavam força na Europa, Dostoiévski faz justamente o oposto: mostra que o ser humano não é apenas razão, mas também caos, desejo e autodestruição. E é nesse ponto que o livro se torna assustadoramente atual.

Conclusão

Memórias do Subsolo não é uma leitura confortável — e nem deve ser. É um mergulho profundo e doloroso em tudo aquilo que nos torna humanos: nossas fraquezas, nossas contradições, nossos pensamentos mais sombrios. Mas é justamente por isso que a obra permanece tão poderosa, mesmo mais de 150 anos após sua publicação.

Para quem aprecia literatura que vai além da superfície e provoca questionamentos profundos, Memórias do Subsolo é leitura essencial. É um livro que exige entrega, paciência e reflexão — mas que, ao final, recompensa com uma compreensão mais aguda do ser humano. Recomendo fortemente, especialmente para quem já teve contato com outras obras de Dostoiévski, como Crime e Castigo ou Os Irmãos Karamázov, e quer se aprofundar ainda mais nesse universo fascinante e inquietante.


 

Clássico essencial para refletir sobre a condição humana

Capa do livro Memórias do Subsolo

Memórias do Subsolo

Em Memórias do Subsolo, Fiódor Dostoiévski mergulha nas contradições da mente humana por meio de um narrador corrosivo, lúcido e desesperado. Uma obra seminal que antecipa o existencialismo e desafia os limites da razão e da moral.

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