A Contagem dos Sonhos, novo romance da escritora Chimamanda Ngozi Adichie, reafirma seu lugar entre as grandes vozes da literatura contemporânea. Com uma escrita refinada, íntima e socialmente potente, o livro mergulha na espessura da memória, da herança e das encruzilhadas identitárias, trazendo à tona as dores e os silêncios de uma mulher que precisa se reinventar entre continentes e ausências.
Introdução
Entrelaçando vozes, lembranças e deslocamentos, A Contagem dos Sonhos narra a jornada de Anuli, uma mulher que vive entre a Nigéria e os Estados Unidos, carregando a dor da perda e a inquietação da identidade dividida. A narrativa começa com a morte de seu irmão mais velho em 2020, evento que a obriga a retornar a Lagos e confrontar não apenas o luto, mas a si mesma.
Enredo
Anuli é uma jovem que tenta encontrar sentido em meio ao caos íntimo provocado por sua trajetória migratória e pela perda de uma figura essencial. Em sua volta à Nigéria, ela revive episódios da infância, reencontra parentes distantes e participa de rituais que a conectam a suas raízes. O romance transita entre Lagos e Filadélfia, e entre passado e presente, revelando com sutileza como o exílio pode ser tanto geográfico quanto emocional. Não há spoilers graves, mas o livro insinua com precisão o desenlace do luto e a força do pertencimento.
Análise crítica
Chimamanda Ngozi Adichie demonstra mais uma vez sua maestria narrativa. A linguagem é lírica, contida e sensível, marcada por imagens delicadas e silêncios eloquentes. A personagem Anuli é construída com profundidade, expondo as fraturas causadas pela diáspora, pelo racismo estrutural e pelas exigências culturais impostas às mulheres negras.
Os temas centrais — identidade, luto, memória, espiritualidade e ancestralidade — são explorados com equilíbrio, sem didatismo. O romance evita respostas fáceis e mergulha na complexidade das emoções humanas. É uma obra que exige escuta do leitor, pois muito do que importa está dito nas entrelinhas.
O título A Contagem dos Sonhos é uma metáfora poderosa: evoca tanto a numeração dos desejos interrompidos quanto a lembrança dos que vieram antes, que ainda sussurram em nossas noites e decisões. O "sonho", aqui, é também um espaço de resistência.
Conclusão
A Contagem dos Sonhos é um livro que reverbera, que emociona com honestidade e revela, mais uma vez, por que Adichie é uma das autoras mais relevantes da atualidade. Uma leitura que não termina na última página — ela continua nas reflexões que provoca, nas memórias que evoca e nos sonhos que reacende.
Para quem é este livro?
- Leitores que buscam narrativas sobre identidade e deslocamento
- Quem se interessa por histórias de luto, reconstrução e memória
- Fãs de literatura africana contemporânea
- Leitores que valorizam uma escrita sensível e crítica
Outros livros que podem interessar!
- Americanah, de Chimamanda Ngozi Adichie
- Os meninos da Rua do Armazém, de Uzodinma Iweala
- O que é o lugar de uma mulher?, de Elif Shafak
- Enterre seus mortos, de Maaza Mengiste
E aí?
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Prepare-se para uma narrativa envolvente e inspiradora

A Contagem dos Sonhos
Em sua obra, Chimamanda Ngozi Adichie traça uma trama profunda sobre memória, identidade e relações familiares, entrelaçando personagens complexos e temas universais, em um cenário marcado pela Nigéria contemporânea.
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