O Som da Montanha: o silêncio que corrói por dentro
Introdução
Yasunari Kawabata constrói em O Som da Montanha uma meditação íntima sobre envelhecimento, arrependimento e as falhas invisíveis que se acumulam dentro de uma família. Ambientado em Kamakura, o romance observa o que não é dito — aquilo que paira entre pai, filhos e noras — e transforma esses silêncios em matéria narrativa. É um livro delicado, mas nunca frágil; suave, mas implacável.
Enredo
O protagonista, Shingo Ogata, é um homem idoso que começa a ouvir um som estranho vindo da montanha próxima, algo que interpreta como presságio de morte. Enquanto tenta decifrar o que esse chamado significa, ele observa as fissuras na vida dos filhos — especialmente o casamento conturbado entre Shuichi e Kikuko. A dor silenciosa de sua nora, as traições de seu filho e a sensação de que o tempo está se fechando sobre ele colocam Shingo diante de sua própria impotência e culpa.
Análise crítica
Kawabata escreve com a leveza de um haicai e a precisão de um bisturi. Nada em O Som da Montanha é excessivo; cada gesto, cada olhar, cada pausa é carregada de tensão emocional. O romance é menos sobre eventos e mais sobre atmosferas — sobre a forma como o passado pressiona o presente e como a velhice, longe de trazer serenidade, pode revelar feridas que nunca cicatrizaram. A relação entre Shingo e Kikuko é o ponto mais luminoso da obra, ao mesmo tempo terno e desconfortavelmente íntimo, mostrando a complexidade ética das afeições humanas.
Conclusão
É um livro de silêncio, mas não vazio. Das páginas emerge um Japão doméstico, íntimo, cheio de sombras pequenas que, somadas, transformam-se em tormenta. Se Kawabata é mestre do não dito, aqui ele alcança um dos ápices de sua arte.
Para quem é este livro?
- Leitores que apreciam narrativas introspectivas.
- Quem busca literatura japonesa clássica e elegante.
- Pessoas interessadas em histórias sobre família e envelhecimento.
- Quem gosta de obras que privilegiam atmosfera mais que trama.
Outros livros que podem interessar!
- Beleza e Tristeza, de Yasunari Kawabata.
- Mil Tsurus, de Yasunari Kawabata.
- Neve, de Orhan Pamuk.
- A Casa das Belas Adormecidas, de Yasunari Kawabata.
E aí?
Se você gosta de romances que falam baixo, mas deixam marcas profundas, O Som da Montanha é daqueles livros que permanecem ecoando muito depois da leitura.
Dê uma pausa e leia com calma
O Som da Montanha
Em O Som da Montanha, Yasunari Kawabata cria um retrato sutil e doloroso das tensões familiares, do envelhecimento e do peso silencioso da memória. Um clássico japonês de atmosfera delicada e impacto profundo.
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