19/06/2025

Resenha e mais: Alta Fidelidade (Nick Hornby)



Alta Fidelidade, de Nick Hornby: quando o amor é uma mixtape cheia de falhas


Introdução

Nick Hornby é um dos autores mais emblemáticos da literatura britânica contemporânea, conhecido por unir humor, sensibilidade e referências pop como ninguém. Em Alta Fidelidade, publicado originalmente em 1995, ele criou um protagonista que se tornou símbolo de uma geração de homens perdidos entre vinis, amores frustrados e crises existenciais. A obra, ambientada em Londres, é uma combinação perfeita entre romance, comédia e reflexão emocional — e continua extremamente relevante até hoje.

Enredo

O livro gira em torno de Rob Fleming, dono de uma loja de discos à beira da falência e especialista em criar listas musicais para tudo na vida. Após levar um fora de sua namorada Laura, ele entra em uma espiral de lembranças e crises de identidade. Rob decide revisitar seus cinco términos mais dolorosos, buscando entender onde errou — e por que parece sempre repetir os mesmos padrões. A jornada, narrada em primeira pessoa, é tragicômica, autodepreciativa e cheia de referências à cultura pop e à música.

Análise crítica

O grande trunfo de Nick Hornby está em sua capacidade de criar um protagonista imperfeito, muitas vezes irritante, mas profundamente humano. Rob é egocêntrico, imaturo e melancólico — mas também é vulnerável, engraçado e sincero em sua tentativa de entender o que significa amar e ser amado. Sua relação com a música funciona como um espelho de sua vida emocional: caótica, nostálgica e cheia de repetições.

A linguagem é coloquial, espirituosa e ágil, com diálogos afiados e monólogos internos cheios de digressões. Alta Fidelidade não é apenas um romance sobre relacionamentos — é também uma crítica sutil à masculinidade emocionalmente analfabeta dos anos 1990, ainda muito atual em pleno século XXI. A ambientação em Londres dá um charme extra à narrativa, com seus pubs, ruas chuvosas e o cenário indie musical como pano de fundo.

Os personagens secundários, como os funcionários da loja Barry e Dick, acrescentam leveza e humor, criando um trio hilário e disfuncional que rende ótimos diálogos e cenas memoráveis.

Conclusão

Alta Fidelidade é uma leitura deliciosa, ao mesmo tempo engraçada e tocante. Ideal para quem ama música, listas e histórias de autoconhecimento em meio ao caos afetivo. Mesmo com um protagonista que às vezes nos tira do sério, o livro conquista pela honestidade com que retrata os tropeços da vida adulta e dos relacionamentos modernos.


Para quem é este livro?

  • Leitores que gostam de romances contemporâneos com humor ácido e reflexivo
  • Fãs de música, cultura pop e listas obsessivas
  • Pessoas interessadas em protagonistas imperfeitos e realistas
  • Quem já viveu (ou está vivendo) uma crise de identidade amorosa

Outros livros que podem interessar

  • Febre de Bola, também de Nick Hornby – sobre futebol, obsessão e masculinidade
  • Um Dia, de David Nicholls – romance contemporâneo com humor e dor
  • Alta Ajuda, de Antonio Prata – crônicas bem-humoradas sobre crises existenciais
  • Pequenas Infâmias, de Carmen Posadas – narrativa sobre segredos, desejos e imperfeições humanas

E aí?

Você já leu Alta Fidelidade? Se identificou com o Rob, ou quis sacudi-lo em cada página? Deixe seu comentário e vamos trocar ideias — com ou sem trilha sonora.


Curte listas, música e reflexões sobre a vida? Este livro é pra você!

Capa do livro Alta Fidelidade

Alta Fidelidade

Com seu humor britânico afiado, Nick Hornby nos apresenta Rob Fleming, um dono de loja de discos obcecado por música e listas — e que está tentando entender por que seus relacionamentos amorosos dão tão errado. Um romance divertido e honesto sobre amadurecimento, cultura pop e as dores da vida adulta.

Comprar na Amazon

Se você se interessou por Alta Fidelidade, considere comprá-lo através do nosso link de afiliado acima. Isso ajuda o blog a continuar produzindo conteúdo literário independente, sem custo adicional para você.

Nenhum comentário:

Postar um comentário