27/08/2025

Resenha e mais: A Hora da Estrela (Clarice Lispector)



A Hora da Estrela
: a solidão de existir no olhar de Clarice Lispector


Introdução

Em A Hora da Estrela, publicado em 1977, pouco antes de sua morte, Clarice Lispector entrega um romance breve e profundo, que sintetiza sua escrita enigmática e sua preocupação existencial. A obra é narrada por Rodrigo S. M., uma espécie de alter ego da autora, que se propõe a contar a história de Macabéa, uma jovem nordestina perdida na cidade grande. A combinação entre a linguagem reflexiva e o enredo aparentemente simples cria um dos livros mais marcantes da literatura brasileira.

Enredo

Macabéa é uma datilógrafa alagoana que vive no Rio de Janeiro em condições precárias. Sua vida se resume ao trabalho, a um quarto que divide com outras moças e a pequenos gestos cotidianos que mal chegam a preencher seu vazio existencial. Ingênua, quase transparente para o mundo, ela acredita em horóscopos, escuta rádio e se apega a ilusões mínimas. Seu relacionamento com Olímpico, um operário ambicioso, revela ainda mais sua fragilidade diante da vida. A narrativa, conduzida por Rodrigo S. M., é atravessada por digressões filosóficas e reflexões sobre a condição humana, culminando em um desfecho trágico que dá sentido ao título.

Análise crítica

A força de A Hora da Estrela está menos nos acontecimentos da trama e mais na forma como a vida de Macabéa é contada. A personagem representa os esquecidos da sociedade: pobres, migrantes, invisíveis. Clarice Lispector constrói uma escrita que oscila entre a brutalidade e a delicadeza, expondo a vulnerabilidade de uma jovem que não tem sequer consciência de sua própria miséria. O narrador, por sua vez, funciona como um filtro que torna a narrativa metalinguística, questionando o próprio ato de escrever e a responsabilidade de dar voz a quem não a tem. O livro é um convite à empatia e à reflexão sobre desigualdade, solidão e destino.

Conclusão

Curto em extensão, mas imenso em densidade, A Hora da Estrela é um dos romances mais impactantes de Clarice Lispector. Ao retratar uma vida aparentemente banal, a autora ilumina as contradições da existência humana e desafia o leitor a enxergar aqueles que passam despercebidos. Uma obra que segue atual e necessária, tanto pela sua dimensão literária quanto social.


Para quem é este livro?

  • Leitores interessados em literatura brasileira contemporânea e autorreflexiva.
  • Apreciadores da escrita intimista e filosófica de Clarice Lispector.
  • Quem busca obras curtas, mas intensas, que deixam marcas duradouras.
  • Pessoas interessadas em reflexões sobre invisibilidade social, solidão e destino.


Outros livros que podem interessar!

  • Perto do Coração Selvagem, de Clarice Lispector.
  • O Cortiço, de Aluísio Azevedo.
  • Vidas Secas, de Graciliano Ramos.
  • Capitães da Areia, de Jorge Amado.


E aí?

Você já leu A Hora da Estrela? O que achou da trajetória de Macabéa e da maneira como Clarice Lispector expõe a solidão e a invisibilidade? Compartilhe suas impressões nos comentários!


Dê uma pausa e leia com calma

Capa do livro A Hora da Estrela

A Hora da Estrela

Em A Hora da Estrela, Clarice Lispector narra com força poética e inquietante a vida de Macabéa, uma jovem nordestina perdida na cidade grande, expondo com delicadeza e crueza a invisibilidade social e a fragilidade da condição humana.

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