Ferida: um mergulho íntimo na dor, na memória e no corpo
Introdução
Em Ferida, a escritora russa Oksana Vassiákina constrói um relato profundamente íntimo, atravessado por luto, autocuidado e identidade. O livro, que mescla diário, ensaio e autoficção, se estrutura como um movimento constante de retorno — retorno ao passado, à mãe, ao corpo, às violências e aos afetos que moldaram a narradora.
Enredo
A narrativa acompanha a viagem da protagonista de Moscou até a Sibéria para transportar as cinzas da mãe. Esse deslocamento físico se transforma em um deslocamento emocional: memórias surgem, histórias silenciosas são revisitadas e feridas antigas voltam a pulsar. O luto, aqui, não é apenas pela mãe, mas também pela tentativa de conciliar uma vida marcada pelo preconceito aos homossexuais, pela pobreza e pela exclusão.
Análise crítica
A escrita de Oksana Vassiákina é direta, afiada e sensorial. Ela olha para a dor sem estetizá-la, mas também sem renunciar a momentos de leveza e humor. O corpo da narradora — sempre exposto, vulnerável, mas também resistente — torna-se o centro do livro, funcionando como arquivo de sobrevivência. A mistura de gêneros fortalece a obra, criando uma experiência que lembra mais um processo vivencial do que uma estrutura romanesca tradicional.
Outro ponto notável é a maneira como a autora articula questões sociais e políticas sem perder o íntimo de vista: violência doméstica, abandono, sexualidade e desigualdade emergem organicamente, como forças que atravessam biografias reais e não apenas discursos abstratos.
Conclusão
Ferida é um livro que marca, confronta e convoca o leitor a olhar para aquilo que geralmente tentamos esconder. Uma obra de coragem literária e emocional, indicada para quem busca narrativas que exploram vulnerabilidade com potência e autenticidade.
Para quem é este livro?
- Leitores que apreciam autoficção intensa e sensível.
- Pessoas interessadas em narrativas sobre luto e reconstrução.
- Quem busca obras que explorem corpo, memória e identidade.
- Quem gosta de literatura contemporânea russa fora do eixo tradicional.
Outros livros que podem interessar!
- O corpo em que nasci, de Guadalupe Nettel.
- O Peso do Pássaro Morto, de Aline Bei.
- O Ano do Pensamento Mágico, de Joan Didion.
- A Vegetariana, de Han Kang.
E aí?
Ferida é daqueles livros que ficam reverberando muito depois da última página — um convite a olhar para nossas próprias cicatrizes com menos vergonha e mais presença.
Descubra esta leitura marcante
Ferida
Em Ferida, Oksana Vassiákina transforma luto, corpo e memória em uma narrativa íntima e poderosa, explorando vulnerabilidades profundas sem perder a força poética. Uma leitura corajosa e inesquecível.
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